ÓDIO AO SOCIALISMO
Tenho lido alguns textos e visto postagens com objetivo de
ridicularizar o socialismo e sua trajetória histórica em meio às massas e às
elites, traduzindo-o como um monstro alienador com a consciência de Marx, a voz
de Lênin, a cabeça de Fidel, as mãos de Che Guevara e os pés de Lula. Pergunto-me
a quem interessa essa descrição, de uma teoria político-econômica que norteou
as ideologias trabalhistas e luta das classes trabalhadoras, que construiu leis
que regulamentasse as horas de trabalho e garantisse benefícios. Que dividiu o
mundo e enfraqueceu o Imperialismo e possibilitou as liberdades neocoloniais,
criticou veementemente o darwinismo social e inspirou a igualdade e ajusta
divisão de bens, valorizou a força de trabalho e fez pensar os detentores dos
meios de produção. Ensinou a luta armada contra a ditadura militarizada,
alertou o mundo sobre o totalitarismo e inspirou a fé de que as flores também
podem vencer os canhões. Inspirou as
mulheres, os estudantes, camponeses e proletariados à busca por direitos de voz
e participação, levou a critica histórica as escolas, aos campos e aos lares,
tirou o povo das arquibancadas dos fatos e os tornaram agentes da história.
Cunhou nas discussões políticas e publicas as palavras inclusão, participação
popular, passeatas, reivindicações e reforma. Os trabalhadores saíram do
Ludismo e criaram seus partidos, inspirou indústrias produtivas com
responsabilidade social, distribuiu rendas e abriram as creches que fariam
Fourier chorar. Denunciou o positivismo, as elites e o abismo social burguês. O
socialismo criou seus monstros como Lênin, Mao, Stalin, Putin, mas também seus
opositores a altura, Hitler, Leopoldo II Somoza e Bush e tantos outros. Não
tenho duvidas que se Marx, Engels, Saint-Simom pudessem observar alguns
resultados de suas ideologias compreenderiam que faltou a teologia da
libertação e se Adam Smith, Locke e Quesnay tivessem o mesmo direito buscariam
a redenção nos braços de Leonardo Boff. O sucesso do capitalismo monopolista no
continente africano e o fracasso econômico cubano frente ao imperialismo
americano nos fazem pensar, se é em Adis Abeba ou em Havana o melhor lugar para
se viver. Certamente os críticos do socialismo escolheriam a Paris das luzes,
ainda que interpretem a Comuna como a
Ditadura do proletariado ou quem sabe Nova York a Cidade de todo mundo, menos
no Brooklyn é claro.